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Evangelho de Filipe Nag Hammadi - Capítulo 2

Livro Apócrifo/Histórico

1
A luz e as trevas, a vida e a morte, as coisas da direita e aquelas da esquerda, elas são irmãs entre si. Não é possível que se separem. Por isso, nem os bons são bons nem os maus são maus; nem a vida é vida nem a morte é morte. Por isso, cada coisa se determinará em seu princípio, no início. Aqueles que estão elevados por sobre o mundo são indissolúveis, são eternos.
2
Os nomes que se dão por respeito aos indivíduos terrenos contêm uma grave sedução. Estes mudam sua mente do que é estável para o que é instável. Quem escuta a palavra Deus não a capta como estável e sim como instável. O mesmo acontece com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, a vida, a luz, a ressurreição, a igreja e todos os outros nomes. Não se captam conceitos fixos e sim instáveis a não ser que se tenha conhecido os primeiros. Todos os mortais estão no mundo e não captam o que é estável. Se se encontrassem no Eon, não mencionariam coisas más no mundo nem insertariam o estável entre as coisas do mundo.
3
Um só nome não é pronunciado no mundo: o nome que o Pai deu ao Filho. Este é mais excelso que qualquer outro. É o nome do Pai. O Filho não se transformaria no Pai se não fosse coberto com o nome do Pai. Aqueles que têm este nome o conhecem, mas não o dizem. Em troca, aqueles que não o têm não o conhecem. A Verdade, de todas maneiras, produziu nomes no mundo por causa de nós: não é possível conhecê-lo sem nomes. Sendo una a Verdade, ela é múltipla e isto, sem dúvida alguma, para vantagem nossa, para que possamos aprender aquele único (nome) com amor por meio de muitos.
4
Os Arcontes trataram de seduzir o homem porque eles se deram conta de que este é afim com o verdadeiro bem. Tomaram o nome daquele que é bom e o deram ao que não é bom para poderem assim enganar com nomes e atá-lo àquilo que não é bom. Logo, se aos homens é concedida uma graça, eles querem se separar daquilo que não é bom e colocar-se naquilo que é bom. Disto eles tinham conhecimento. Aqueles (os Arcontes) quiseram com efeito tomar o quem é livre e fazê-lo seu escravo para sempre.
5
Há potências que dão ao homem o anterior, não querendo que se salve. Seu intento é o de dominar sobre o escravo. Se o homem alcança a salvação, adeus sacrifícios de animais. Costumava-se oferecer às potências animais. Tais oferendas eram similares às feras: ofereciam-nos vivos, mas depois de havê-las oferecido, morriam. O homem foi oferecido o Deus morto e teve a vida.
6
Antes de que Cristo chegasse, não havia pão no mundo. Como no paraíso, o lugar onde Adão morava, também o mundo possuía muitas árvores que serviam como alimento aos animais. O mundo não tinha grão para alimentar o homem. O homem nutria-se como os animais. Mas, quando chegou Cristo, o homem perfeito, ele trouxe pão do céu para que o homem se alimentasse de alimento humano.
7
Os Arcontes acreditavam fazer o que faziam com sua força e sua vontade, mas o Espírito Santo cumpria escondido, por meio deles, cada coisa conforme sua vontade. A verdade, que subsiste desde o princípio, está semeada por toda parte. Muitos a veem enquanto está semeada, porém poucos a veem quando é colhida.
8
Alguns dizem que Maria concebeu do Espírito Santo. Esses se equivocam. Não sabem o que dizem. Quando alguma vez mulher concebeu de mulher? Maria é a virgem que não foi manchada por potência alguma. Isso é grande anátema para os hebreus, isto é, para os apóstolos e seus discípulos. Essa virgem, não manchada por potência alguma, é superior àqueles que as potências mancharam. O Senhor então não teria dito: “Pai meu que estás nos céus”? Se não tivesse tido outro pai, ele teria dito simplesmente: “Pai meu”.
9
O Senhor disse aos discípulos: ‘Filhos do Reino, entrai na casa do Pai, mas não recebais nem muito menos leveis nada de lá’.
10
Jesus é nome escondido; Cristo é nome manifesto. Por isso, Jesus não existe em nenhuma língua, mas seu nome é Jesus assim como é chamado. Enquanto o Cristo, seu nome em siríaco é Messias, em grego, em troca, é Cristo. Todos os demais, sem dúvida alguma, o têm conforme a sua própria língua. Nazareno é o (nome) manifesto do escondido.
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