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Evangelho de João Nag Hammadi - Capítulo 2

Livro Apócrifo/Histórico

1
Ele não participa em um aeon (como parte constituinte dele). O tempo não existe em relação a Ele. Pois qualquer um que participa em um aeon foi criado. O tempo não foi determinado a Ele, já que Ele não recebe nada de outro que estabelece limites. E Ele não necessita de nada.
2
Nada do Todo existe antes Dele. Ele é suficiente para si próprio em sua luz perfeita. Porque a perfeição é majestosa. Ele é mente pura imensurável. Ele é um aeon doador-de-aeon. Ele é vida doadora-de-vida. Ele é uma bem-aventurança doadora-de-bem-aventurança. Ele é sabedoria doadora-de-sabedoria. Ele é bondade doadora-de-bondade. Ele é piedade e redenção doadores-de-piedade. Ele é graça doadora-de-graça, não porque ele as tem, mas porque Ele doa a luz imensurável e incompreensível.
3
Como eu devo falar Dele com você? Ele é um aeon indestrutível, em repouso, existindo em silêncio, em tranquilidade, e sendo anterior a tudo. Pois Ele é o topo de todos os aeons, e é Ele quem os dá força e bondade. Porque nós não conhecemos as coisas inefáveis, e nós não compreendemos o que é imensurável, exceto por aquele que veio Dele, ou seja, do Pai. Pois foi ele quem disse para nós somente. Porque é ele quem se olha na luz que o envolve, isto é, a nascente da água da vida. E é Ele quem doa para todos os aeons, de todos os modos, e que observa sua própria imagem visível na nascente do Espírito. É Ele quem coloca sua vontade na fonte da água-luz pura que o envolve.
4
E seu pensamento teve uma ação, e ela surgiu, ou seja, aquela que tinha aparecido diante Dele no brilho da sua luz. Este é o primeiro poder que existia antes deles todos, e que veio da mente Dele. Ela é o Pensamento do Todo (Protenoia) – a luz dela brilha como a luz Dele – o poder perfeito, que é a imagem do Espírito puro, invisível, e perfeito. É o primeiro poder, a glória de Barbelo, a glória perfeita nos aeons, a glória da revelação. Ela glorificou o Espírito puro, e foi ela quem o saudou, porque graças a ele, ela havia surgido. Este é o primeiro pensamento, a imagem Dele; ela se tornou o útero de tudo, pois ela que é anterior a todos eles, ela é a Mãe-Pai, o Primeiro Homem, o Espírito sagrado, os três-vezes-macho, os três-vezes-poderosos, o andrógino três-vezes-nomeado, o aeon eterno entre os invisíveis, e o primeiro a vir.
5
<Ela> pediu para que o Espírito puro invisível a desse previsão. E o Espírito consentiu. E quando ele havia consentido, a previsão veio, e ficou ao lado da presciência; esta origina do pensamento do Espírito puro invisível. A previsão glorificou o Espírito e Barbelo (o poder perfeito dele), porque foi por ela que ele tinha surgido.
6
E ela pediu novamente para a conceder indestrutibilidade, e ele consentiu. Quando ele havia consentido, a indestrutibilidade veio, e ficou ao lado do pensamento e da presciência. A indestrutibilidade glorificou o Espírito invisível e Barbelo, aquele pelo qual eles haviam surgido.
7
E ela solicitou que a concedesse vida eterna. E o Espírito invisível consentiu. E quando ele havia consentido, a vida eterna veio, e estes auxiliaram e glorificaram o Espírito invisível e Barbelo, aquele pelo qual eles haviam surgido.
8
Ela solicitou novamente, para que a concedesse verdade. E o Espírito invisível consentiu. E quando ele havia consentido, a verdade surgiu, e estes auxiliaram e glorificaram o Espírito excelente invisível e Barbelo, aquele pelo qual eles haviam surgido.
9
Este é o grupo-de-cinco dos aeons do Pai, que é o Primeiro Homem, e que é a imagem do Espírito invisível; a presciência, que é Barbelo, e o pensamento, a previsão, a indestrutibilidade, a vida eterna, e a verdade. Este é o grupo-de-cinco andrógino dos aeons, o qual é o grupo-de-dez dos aeons, que é o Pai.
10
E ele olhou para Barbelo com a luz pura que envolve o Espírito invisível e com sua centelha. E ela concebeu dele. Ele gerou uma centelha de luz possuindo bem-aventurança. Mas que não o iguala em grandeza. Esta foi uma criança unigênita da Mãe-Pai que tinha vindo; é o fruto único, o unigênito do Pai. A Luz pura.
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